sexta-feira, 2 de setembro de 2011


Não há muito o que entender
A vida é exatamente assim
Sem respostas prontas, sem roteiros.
Infeliz daquele que espera algo cair dos céus.
Eu prefiro me arriscar, mergulhar de cabeça.
De corpo, alma...
Coração e sentidos
Por que não?
Prefiro andar em linhas flutuantes
Buscando o tal do equilíbrio
Não que eu o tenha encontrado
E foi por isso que caí tantas vezes
Me machuquei e tenho marcas até hoje.
E quando me perguntam se chorei
Eu abro um sorriso e digo: Coleciono espinhos!

                [ Suelen Teixeira


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O amor me fez matar


mato-me ao som de um blues
toda a dissonância diz
que tudo que faço e não faço
que tudo que fiz e não disse
e de todo aquele começo
percebo ao longo e fatídico traço
que está por um triz
mas não desapareço.

            [ Fernando Grilo ]

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pressão com pressa

Tudo incomoda no momento.
Aquela louça acumulada na pia. A carência. O que minha mãe não consegue ver. O que eu consigo ver.
O gato na escada. Não há gato na escada.
Aquela vontade de agarrá-lo. A estranheza. Aquela foto.
A exclusão do "para sempre". Não há "para sempre".
Aquela. Aquela. É essa. É agora.
Tudo incomoda no agora.

domingo, 24 de julho de 2011

Poesia.doc! - Mudança de data.

É interessante notar a repercussão que o “Poesia.doc!” está ganhando, mesmo antes de acontecer de fato. Mas é importante esclarecermos alguns pontos, principalmente no que diz respeito as diversas mudanças de data.

Conforme as reuniões de produção foram acontecendo, concluímos, junto a Secretaria de Cultura de Nilópolis, que o ideal seria usar o projeto como parte da reinauguração da Biblioteca Municipal Rui Barbosa. Ou seja, será um evento bem maior, que precisará de uma organização ainda mais ampla, uma vez que teremos a grande responsabilidade de encerrarmos a programação da reinauguração da Biblioteca, que está prevista para acontecer no fim de Agosto (ou no máximo Setembro).


Estamos nos esforçando o máximo para que tudo possa ocorrer dentro do previsto.

Pedimos desculpas a todos os sites, blogs e amigos envolvidos que noticiaram o evento com as datas equivocadas. 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tainá and Edwards



E eu, que vim: 
Debaixo da linha do Equador,
Para essa terra estranha,
Pensei em achar tudo!
Menos você...

Então encontrei um lugar,
Só pra mim.
E era no seu coração:
Que eu podia repousar...

E deste jeito entendi
Que posso ter o mundo!

Mas é no seu lar, que eu quero estar...


                                          [ Tamires Martins ]                                                                                                                                                                                                                                                   

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O Balido.

Quando a porta do quarto se abriu e a claridade que vinha da luz do corredor iluminou parcialmente o ambiente, ela vislumbrou a fisionomia do homem que vinha em sua direção. Ele tinha um olhar perdido, como se fitasse alguma coisa muito além dela, algo numa outra dimensão, num outro tempo. Ela se encolheu na cama numa tentativa de se proteger daquilo, de fugir daquela situação. O homem se aproximava com seu olhar sem vida, murmurando palavras que ela não estava conseguindo entender. Ele alcançou a cama. Ela tremeu e olhou para o celular ao seu lado. O homem chamava por um nome de mulher que não era o seu. Ela pegou o celular. Seus olhos infantis fitaram, atemorizados, aquele personagem que começava a puxar o lençol que a cobria. Então ela teclou um número.

- Não se preocupe, querida! Tudo ficará bem. Você foi muito corajosa e eficiente ao telefonar pra mim Assim eu pude entrar em contato com a equipe do hospital, e eles chegaram a tempo de evitar algo grave. Pode ficar tranqüila. Tudo ficará bem.

- Será mesmo, tio? – a menina não tirava os olhos do homem que estava envolto numa espécie de camisa-de-força, sendo levado por dois sujeitos de jalecos brancos em direção a uma ambulância.
- Eu lhe garanto, Fernanda. Tudo se resolverá de modo satisfatório.
  Um homem que parecia o chefe da equipe aproximou-se da menina e do tio dela.
- Nós estamos indo. Assim que tudo estiver sob controle entraremos em contato, Sr. Nelson.
- Tudo bem! Nós estaremos ansiosos – respondeu o Sr. Nelson.
O homem se afastou. A menina não deixava de fitar o veículo branco. Então ela perguntou:
- Por que ele ficou assim, tio?
- Porque ele nunca conseguiu superar a morte de sua mãe. E então ele passou a ver em você a própria esposa, ou seja, você passou a ser a personificação de sua própria mãe na mente perturbada dele.
- Eu não quero que nada de mal aconteça ao meu pai, tio. Eu não vou conseguir agüentar. Já basta a falta de minha mãe.
- Vai dar tudo certo. Brevemente ele estará novamente entre nós completamente lúcido. Essa equipe é muito boa, extremamente profissional. Ele será muito bem assistido.
 - O senhor acha que ele ia me machucar lá no quarto? – Seus olhos adquiriram um tom de tristeza profunda.
- Eu creio que não, mas de qualquer modo nós chegamos a tempo.
 Foram atraídos pelo barulho do motor da ambulância que logo a seguir deu a partida.
A menina de olhos azuis, cabelos loiros e que aparentava ter uns doze anos, conseguiu ler o letreiro na parte lateral do veículo:
CENTRO DE RECUPERAÇÃO NEUROLÓGICA.
  Uma lágrima brotou no canto do seu olho esquerdo.

 Juca Cavalcante ] 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Poema Definitivo

Eu sei que já passou , ao menos ,aqui, você ainda me olha.
É esse medo de te encarar, te querer imaginando por que tudo se perdeu.

Tudo isso não me deixa dormir, mas sempre te quis bem e isso não bastou.
Quando toca tua música não é apenas saudade, é um “querer bem” que não morre,

É o teu sorriso, tua voz.... e , talvez, a certeza de ter valido a pena,
Apesar da lágrima que cai, do sentimento que, aos poucos, vai sumindo.

E sobra , acaba por vencer, a felicidade de ter vivido, de ter sentido.

Essa certeza me entristece pois é no sofrimento que sei que vivo... é nele que me encontro.

Te encontrar amanha vai ser mais fácil, vou procurar aquilo tudo aqui dentro.

Sentirei raiva de não te reconhecer em mim, de buscar inutilmente a angústia
De ter , novamente, aquele terrível pensamento:

“ foi melhor assim”.

[ Alberto Simoes ]